“Antes das visitas da Aleide (técnica extensionista), era
muita pobreza. Tinha que ir para a cidade trabalhar em casa de família para
ganhar o pão. Plantava apenas milho e feijão, não era contemplada no
Garantia-Safra e não me permitiam acessar a nenhum programa. Atualmente tenho
orgulho de ser reconhecida como agricultora”. A frase é da trabalhadora rural
Rosinalda Santana, 51 anos, produtora do município de Tabira, em Pernambuco.
Rosinalda cultiva hoje, em pouco mais de um alqueire de
terra, milho, feijão, frutas, hortaliças, além de algumas galinhas caipiras e
ovelhas. Em seu quintal produtivo, como ela chama carinhosamente, produz
alimentos sem agrotóxicos que são vendidos ao Programa Nacional de Alimentação
Escolar (Pnae). Uma parte, Rosinalda destina para os familiares, que moram na
cidade e necessitam de ajuda.
Mas não foi sempre assim. Como disse a agricultora familiar,
o que mudou a vida dela foi o apoio que recebeu gratuitamente dos técnicos
rurais. A cada ano, milhares de famílias de agricultores como a de Rosinalda
recebem os serviços públicos de assistência técnica rural a fim de assegurar
melhorias na produção e gestão de negócios.
O resultado disso é o aumento da produção de alimentos, da
renda, bem como a melhoria da qualidade de vida das famílias. “Hoje o mundo do
agricultor familiar é muito diferente de antes. Não quero mais sair do sítio de
jeito nenhum”, afirma Rosinalda.
Ater gera qualidade
de vida
“O que a assistência de Ater rural pública e estatal faz é
um serviço de educação não formal e de promoção da inovação no meio rural. É um
trabalho essencial para a promoção do desenvolvimento social e econômico dos
agricultores e agricultoras familiares, com vistas à construção de sua
autonomia”, salienta César Oliveira, diretor da Emater Rio Grande do Norte.
É por intermédio das Emateres que o agricultor acessa os
programas que integram a política agrícola da agricultura familiar, seja para
receber DAP, orientação para o crédito, gestão de cooperativas ou acesso aos
mercados públicos, como os abertos pelos programas de Aquisição de Alimentos
(PAA) e de Alimentação Escolar (Pnae).
“Com a orientação do técnico, foi possível acessar ao Pronaf
Mais Alimentos e comprar um veículo que ajudou muito no transporte das
hortaliças, facilitando nosso dia a dia”, explica o agricultor Emerson de
Andrade, do município de Lagoa Seca, na Paraíba.
Para o diretor de assistência técnica e extensão rural da
Secretaria de Agricultura Familiar do MDA, Marenilson Batista da Silva, o
trabalho desempenhado pela rede pública de Ater é essencial para que as
políticas cheguem a quem precisa. “Ela garante a operacionalização do conjunto
de políticas, uma vez que realiza uma atuação com grande capilaridade. Dessa
forma, faz com que a orientação chegue em diferentes recantos do país”, afirma
Silva.
Números
Em 2014, 279 mil famílias de agricultores familiares e 412
mil assentados da reforma agrária em todo o país receberam atendimento de Ater.
Os recursos investidos chegam a R$1,1 bilhão.
Para atender melhor as demandas de públicos específicos, o
MDA investe em assistência técnica direcionada para gestão, quilombola,
indígena, sustentabilidade, agroecologia, aquicultura e pesca artesanal,
jovens, mulheres, entre outras. Desde 2013, 50% dos serviços de Ater são
direcionados às mulheres rurais.
Reconhecida a importância dos serviços de Ater, o Plano
Safra 2015/2016 da agricultura familiar traz aumento de 20% dos recursos, em
relação à safra passada. Nesta safra, 230 mil novas famílias de agricultores
familiares serão atendidas.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário - http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/assist%C3%AAncia-t%C3%A9cnica-p%C3%BAblica-leva-desenvolvimento-ao-agricultor-familiar