sexta-feira, 28 de abril de 2017

A importância dos Sistemas agroflorestais.

A adoção de SAFs proporciona mudanças significativas no microclima de uma propriedade rural. É o que demonstra pesquisa realizada na região Sul do Mato Grosso do Sul pela Embrapa Agropecuária Oeste (MS). Os SAFs reúnem cultivos de espécies de árvores nativas ou exóticas madeiráveis, frutíferas, oleaginosas, medicinais, entre outras, de forma simultânea e no mesmo ambiente.

De acordo com o responsável pelo trabalho, o pesquisador da Embrapa Milton Parron Padovan, a presença de árvores proporcionou melhor controle de temperatura, da umidade relativa do ar e da umidade do solo. O especialista conta que estudos desenvolvidos por diferentes grupos de pesquisa constataram, no horário entre 12h e 15h, diferenças de 2ºC a 15ºC a menos dentro de SAFs em relação a áreas abertas, sem a presença de árvores. "Esses trabalhos também constataram que a umidade do ar oscila menos dentro de SAFs ao longo do dia", informa Padovan.


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Além disso, houve regulação da temperatura do ar, reduzindo sua variação ao longo do dia e, consequentemente, tornando o ambiente mais estável, o que traz benefícios às plantas e aos animais componentes desses sistemas. "Outra vantagem é a proteção que as árvores proporcionam fazendo papel de quebra-ventos", explica o cientista.

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A redução da velocidade do vento é importante para os sistemas produtivos agrícolas, até mesmo para as pastagens, pois os ventos podem prejudicar o crescimento das plantas. A agitação excessiva das folhas prejudica o desenvolvimento sadio da cultura. Essa vantagem pode resultar em incremento do rendimento das culturas agrícolas e das pastagens. Outra alteração causada pela presença das árvores nos SAFs, explica Padovan, ocorre com a temperatura do solo que passa a ser mais estável no sistema. "Dessa forma, a modificação do microclima repercute sobre o balanço hídrico do solo, proporcionando aumento da umidade disponível para as plantas que se encontram cultivadas embaixo das árvores, devido à redução da radiação que chega ao solo", salienta Padovan.

O microclima se caracteriza pelas variações climáticas que acontecem numa determinada região de acordo com o tipo de clima predominante. Ele reflete alterações no ambiente natural, feitas pela utilização do solo e do ambiente para fins de desenvolvimento de atividades econômicas, por meio das diversas atividades laborais humanas. O microclima é vulnerável, ou seja, podem ocorrer algumas mudanças que o tornará diferente das características originais do clima de uma determinada região que o cerca. "O microclima é algo bem pontual, se refere a algo localizado numa área bem menor do que em relação ao todo de uma região", explica o agrometeorologista da Embrapa Agropecuária Oeste, Carlos Ricardo Fietz.

Fonte: Portal do Agronegócio. Confira a matéria na íntegra, acessando o link >>> http://www.portaldoagronegocio.com.br/noticia/sistemas-agroflorestais-ajudam-a-melhorar-microclima-da-propriedade-rural-154448

sábado, 22 de abril de 2017

Fazendinha Agroecológica Km 47

Implantado em 1993, o Sistema Integrado de Produção Agroecológica (SIPA), mais conhecido como Fazendinha Agroecológica Km 47, ocupa uma área de aproximadamente 70 hectares próximo à sede da Embrapa Agrobiologia, em Seropédica/RJ. É uma iniciativa conjunta da Embrapa Agrobiologia, da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio) e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
 
A partir da integração das atividades de produção animal e vegetal, o manejo na Fazendinha prioriza a reciclagem de nutrientes, que é favorecida pelo uso de estercos e compostos orgânicos, e o uso de desenhos de sistemas agrícolas diversificados, que envolvem rotações e consórcios culturais. A adubação verde também é uma prática rotineira nos sistemas de produção locais, com ênfase na utilização de espécies vegetais da família das leguminosas, que contribuem para o fornecimento de nitrogênio por meio do processo natural de fixação biológica. Além disso, a pecuária leiteira existente no espaço é manejada baseada no uso de animais mestiços e no emprego da homeopatia veterinária e de princípios de bem-estar animal.
 
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Busca-se, ainda, a manutenção em níveis toleráveis das populações de fitoparasitas e de ervas espontâneas, sem o emprego de técnicas que representem impactos negativos de natureza ecotoxicológica, o que é feito, por exemplo, a partir da utilização de princípios do controle biológico de pragas. Além disso, os desenhos das áreas de produção buscam valorizar a presença de espécies arbustivas e arbóreas como elementos funcionais de diversificação da paisagem, que incluem a implantação de sistemas agroflorestais.

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A Fazendinha Agroecológica Km 47 engloba ainda o Centro de Formação em Agroecologia e Agricultura Orgânica (CFAAO), que busca consolidar experiências educativas desenvolvidas com base no SIPA, dando suporte a atividades de formação para instituições de extensão rural, entidades da agricultura familiar, instituições públicas, estudantes e técnicos de todo o País.


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As visitas à Fazendinha Agroecológica são realizadas, geralmente, entre os meses de maio e setembro, considerando que está localizada na Baixada Fluminense, cujas condições climáticas impõem uma série de limitações para o cutivo de hortaliças, em função das altas temperaturas e das chuvas de verão. Essa situação compromete o aspecto didático do sistema de produção, que nesse período entra em fase de manejo.

Fonte: Site da EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Confira a matéria na íntegra, acessando o link >>> https://www.embrapa.br/agrobiologia/fazendinha-agroecologica



quarta-feira, 19 de abril de 2017

Cultivo - Crotalária reduz infestações da lagarta-do-cartucho no milho

Uma pesquisa que vem sendo realizada pela Embrapa Milho e Sorgo (MG), em conjunto com as universidades federais de Lavras (UFLA) e de São João del-Rei (UFSJ), revela que a Crotalaria juncea é uma das plantas mais apropriadas para a cobertura do solo antes do cultivo das culturas comerciais para se prevenir infestações dessa praga, sobretudo quando comparada a outras plantas de cobertura largamente utilizadas no País para a formação de palha: girassol, as braquiárias decumbens e ruziziensis, milheto, aveia, o tremoço-branco, nabo forrageiro e o próprio milho. Os resultados foram publicados no Bioscience Journal, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

A Crotalaria juncea é bastante utilizada no sistema de rotação de culturas no Brasil, sendo uma leguminosa que se destaca pela capacidade de fixação de nitrogênio e pela alta produção de massa verde. Os resultados dos experimentos conduzidos tanto em laboratórios quanto em casa de vegetação da Embrapa Milho e Sorgo mostram que essa planta foi a que menos favoreceu a multiplicação e o estabelecimento da lagarta-do-cartucho no milho. A praga, quando alimentada com folhas da leguminosa, acumulou menos biomassa (adquirindo menor peso) e apresentou as menores taxas de sobrevivência. "Quanto menor o desenvolvimento, menor é a capacidade de multiplicação da lagarta", aponta a pesquisadora do Núcleo de Fitossanidade e Armazenamento da Embrapa Milho e Sorgo Simone Martins Mendes, uma das coordenadoras da pesquisa.

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Esses dois fatores observados merecem destaque, na visão da pesquisadora, já que pragas polífagas como a lagarta-do-cartucho têm se tornado importantes em sistemas tropicais de cultivo por se aproveitarem das chamadas "pontes verdes", em que a composição vegetal permite a ocorrência de plantas hospedeiras de forma ininterrupta. "Plantas que favorecem uma menor sobrevivência das lagartas devem ser preferidas em condições de alta infestação da praga, como é o caso da crotalária, em que a sobrevivência foi de apenas 7% em condições de casa de vegetação. Ao contrário, o produtor deve ter atenção especial quando utiliza a braquiária como planta de cobertura, pois essa planta favorece a sobrevivência dessa espécie de praga", afirma Simone Mendes.

Fonte: Portal do Agronegócio. Confira a matéria na íntegra, acessando o link >>> http://www.portaldoagronegocio.com.br/noticia/crotalaria-reduz-infestacoes-da-lagarta-do-cartucho-no-milho-153764

Produção de orgânicos na Baixada Fluminense gera renda e preservação ambiental

No sopé do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no município de Guapimirim, na Baixada Fluminense (RJ), um pequeno grupo de produtores está conseguindo prosperar na agricultura familiar ao mesmo tempo em que promove a preservação da natureza.

São famílias agricultoras que estão investindo na produção orgânica de espécies frutíferas e leguminosas na comunidade do Socavão, situada nas encostas das primeiras elevações que integram o parque nacional, Área de Proteção Ambiental (APA) que abriga fauna e flora remanescentes da Mata Atlântica.

Raimunda do Rosário Lima tem 55 anos e é presidente da Associação de Produtores Orgânicos da Comunidade do Socavão, entidade criada há quatro anos e que uniu 23 pequenos produtores familiares da região. A associação despertou nos produtores uma consciência sobre a necessidade de produzir e comercializar de forma coletiva, e também a conveniência, ambiental e econômica, de fazê-los ao mesmo tempo em que garantem a manutenção e a renovação do ecossistema local.

A fórmula encontrada pela agricultora foi fazer com que os alimentos produzidos pela associação de produtores conquistassem a certificação de origem orgânica. Para tanto é preciso adotar e cumprir uma série de procedimentos técnicos e sociais estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que garantem que os produtos tiveram origem em sistemas orgânicos de produção ou através do extrativismo sustentável, de modo não prejudicial ao homem e ao meio ambiente onde foram produzidos.


Produzir e preservar: acesso à técnicas mais sustentáveis
Com a ajuda do Instituto de Desenvolvimento e Ação Comunitária (Idaco), empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) contratada pelo Governo Federal, através de chamada pública feita pela Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead), os agricultores puderam conhecer novas técnicas e modelos de plantio mais adequados ao ecossistema onde cultivam, bem como adubos e defensivos naturais e inofensivos ao meio ambiente.

"A adaptação foi rápida porque a conscientização ambiental é grande entre nós, até por conta do local onde vivemos, que é uma área de proteção ambiental. Por isso nossa preocupação é bem maior com a preservação", avalia Raimunda. "Toda a nossa água vem de nascentes. Se a gente desmatar, as nascentes secam e, sem água, não podemos produzir, muito menos viver", completa.

Certificação orgânica
Somados ao saber tradicional da região, os novos conhecimentos proporcionaram o aumento da produtividade e da variedade dos cultivos, levando a comunidade a obter a primeira certificação de um produto e a dar os primeiros passos no mercado consumidor de orgânicos, setor que cresce cerca de 20% ao ano, no Brasil.

Atualmente a Associação do Socavão produz cerca de duas toneladas de bananas por mês, dos tipos Ouro; da Terra; D'Água; São Tome; Maçã; Vinagre e Prata, esta última com cinco variações, todas elas certificadas como de origem orgânica.

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"Para nós a certificação foi muito positiva porque abriu esse novo mercado onde o preço é melhor e a procura por produtos naturais e livres de agrotóxicos é grande. Hoje, todos os nossos associados melhoraram de vida e se dedicam exclusivamente à agricultura familiar", comemora Raimunda.

Produtos processados e certificados
Além disso, a associação já pensa no beneficiamento da produção como alternativa para a geração de renda, aguardando somente a conclusão das obras de construção da sede para iniciar o processamento e a produção de doces de frutas e da biomassa de banana, também certificados.

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Fonte: Portal do MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário. Confira a matéria na íntegra acessando o link >>> http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/produ%C3%A7%C3%A3o-de-org%C3%A2nicos-na-baixada-fluminense-gera-renda-e-preserva%C3%A7%C3%A3o-ambiental

sábado, 15 de abril de 2017

Garantia-Safra: 123 mil agricultores familiares vão receber o seguro

Mais de 123 mil agricultores familiares de oito estados brasileiros vão começar a receber o Garantia-Safra neste mês.
O pagamento do seguro, referente a safra 2015/2016, foi liberado na última quarta-feira (12) pela Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead). Para esses agricultores estão sendo disponibilizados aproximadamente R$ 21 milhões para pagamento da primeira parcela do Garantia-Safra. 

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Os beneficiários moram em 157 municípios dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte. Todos se inserem na região da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), área que o programa atende por estar sistematicamente sujeita a perda de produção em função das condições climáticas.
A Bahia é o estado com o maior número de agricultores familiares do Brasil. Segundo dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são aproximadamente 675 mil produtores dessa categoria no território. Com a portaria publicada hoje, 74.301 agricultores baianos, de 78 municípios, serão beneficiados. 

Pagamentos
A coordenadora geral do Garantia-Safra na Sead, Dione Freitas, explica que os pagamentos da safra 2015/2016 começaram a ser feitos em agosto do ano passado e estão em fase de conclusão. Mais de 808 mil agricultores de 937 municípios foram beneficiados com um investimento de mais de R$ 686 milhões de reais, fundamentais para garantir a segurança alimentar dessas famílias em um contexto de seca continuada.
O seguro, no valor de R$850, é disponibilizado ao agricultor familiar em cinco parcelas de R$170, e pode ser retirado em agências da Caixa Econômica Federal e lotéricas. 

Adesão
Na safra 2016/2017, 882.900 agricultores de 1.095 municípios já aderiram ao programa. Mas, segundo Dione, o quantitativo pode ser maior: “A adesão se estende até o dia 20 de abril para os estados de Sergipe, Alagoas e parte da Bahia. Já para os demais estados as adesões já foram encerradas. Então há chances de os números crescerem”.  
Para aderir ao programa, os agricultores pagam o aporte de R$17. Os municípios pagam R$51, por cada agricultor, e os estados R$102, também per capita. A União paga, no mínimo, R$ 340 por cada agricultor que fizer adesão.
E, a partir do mês de julho, os agricultores já começam a se preparar para a inscrição da safra 2017/2018, explica a coordenadora. 

Fonte: Portal do MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário. Confira a matéria na íntegra; acessando o link >>> http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/garantia-safra-123-mil-agricultores-familiares-v%C3%A3o-receber-o-seguro

terça-feira, 11 de abril de 2017

O Seguro da Agricultura Familiar (SEAF)

A partir deste ano, o Seguro da Agricultura Familiar (SEAF) poderá incluir todas as culturas financiadas no Pronaf. A medida foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em dezembro de 2016, por meio da Resolução 4547, e ampliou a cobertura de 50 para mais de 150 culturas. 

Até o ano passado, o SEAF cobria somente as culturas que estavam no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC).  O zoneamento envolve estudos complexos, estando voltado para culturas de grande participação no PIB agrícola.  Quando o SEAF foi criado, em 2004, havia 7 culturas no Zoneamento.  Por meio de um trabalho articulado entre a Secretaria de Agricultura Familiar, MAPA e Embrapa, esse número foi sendo ampliado até chegar a 50 culturas.  Mas como o Pronaf financia mais de 150 culturas, muitos agricultores não tinham acesso SEAF, porque a cultura não estava no ZARC.  

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A iniciativa tem o objetivo de beneficiar os agricultores que trabalham com culturas de menor participação no PIB, mas que têm importância regional, gerando trabalho e renda para grande número de famílias.  Estão sendo incluídas culturas importantes na cesta de alimentos dos brasileiros, como batata, cebola, pimentão, alho, tomate e diversas outras.

SEAF

O SEAF foi criado com o objetivo de promover a produção agrícola, apoiando o agricultor para que possa plantar com segurança. É direcionado a produtores que conduzem sua lavoura como um empreendimento viável, integrado ao mercado e acessam o crédito do custeio agrícola do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

O seguro garante retorno do investimento e oferece uma garantia de renda caso aconteça algum fenômeno da natureza que atinja a lavoura gerando perdas na produção.  O valor segurado é de até 80% da receita bruta esperada da lavoura e compreende o orçamento de custeio mais um valor de renda líquida.

O SEAF é um seguro multirrisco, cobrindo perdas em caso de seca, chuva excessiva, granizo, geada, vendavais, variações excessivas de temperatura, pragas e doenças que não tenham métodos de controle difundido. Quando houver algum método de controle, esse deverá ser usado.

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Para ter acesso ao SEAF, o agricultor familiar precisa contratar o financiamento de custeio agrícola do Pronaf.  Ao acessar o crédito, o seguro é contratado automaticamente. Então pode ser iniciado o plantio da lavoura.

Fonte: portal do MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário. Confira a matéria na íntegra; acessando o link >>> http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/seguro-da-agricultura-familiar-cobre-mais-de-150-culturas

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Agroecologia - Transição agroecológica: uma mudança possível e produtiva

Quando o agricultor familiar Valdir Manuel de Oliveira resolveu fazer, em 2007, a transição agroecológica no sítio Vida Verde, no Núcleo Rural Boa Esperança, a 49 quilômetros de Brasília (DF), ele sofreu preconceito. Agricultores vizinhos, descrentes de que a mudança renderia produtividade, zombaram da iniciativa do produtor. Até que Valdir procurou o acompanhamento da Emater-DF e fez o curso de transição agroecológica.
Hoje, ele é referência e escola a campo aberto para outros produtores. Valdir também é um reflexo do atual cenário de produção orgânica no Brasil.
Pensando em agricultores como Valdir, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) levantou indicadores ambientais e financeiros para quem pretende fazer a transição agroecológica. A pesquisa faz parte do projeto Transição Produtiva e Serviços Ambientais, que teve início em 2013, e é feita em conjunto com agricultores familiares e médios produtores dos quatro biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica.

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“A ideia é produzir material tanto científico e de orientação, mas toda a concepção do projeto, e regras do desenho, foram feitas em áreas de produtores. Da mesma forma, a construção do conhecimento é feita com eles. Os agricultores são protagonistas neste processo, inclusive porque podem replicar esse conhecimento em associações, cooperativas, escolas e por aí vai”, explica o coordenador geral do projeto e coordenador da Embrapa Cerrados, Luciano Mattos.

A Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) faz parte do Conselho de Planejamento Estratégico deste projeto da Embrapa, que será divulgado ao público até o final deste ano. “Participamos deste conselho no sentido de levar sugestões para o desenvolvimento dos projetos e, principalmente, acompanhando a socialização dos resultados obtidos para que a gente consiga também incorporar estes resultados nas políticas públicas da Secretaria para o fomento à transição agroecológica da agricultura familiar”, destaca o coordenador-geral de Agroecologia e Produção Sustentável, Marco Pavarino.

Desafios do início

Para Seu Valdir, uma peça fundamental para a mudança foi a assistência da Emater. Quem o acompanhou de perto foi o extensionista Aécio Prado, da Emater-DF. “O agricultor sofre nesta transição. Ele muda totalmente o manejo da propriedade e não pode aplicar um insumo químico. Às vezes a mão de obra aumenta, ele tem que fazer capinas manuais. Então, os colegas do Valdir, que produzem de forma convencional, olhavam-no de forma atravessada, achando que ele iria falir, porque Valdir era um produtor convencional forte”, recorda Aécio Prado.

No manejo das unidades de produção agroecológicas e orgânicas, os agricultores familiares se valem do enfoque sistêmico, privilegiando a conservação ambiental, a biodiversidade, os ciclos biológicos e a qualidade de vida. Nele, os produtos agroecológicos e orgânicos são cultivados como um sistema vivo e complexo, em que coexistem vários tipos de plantas, animais, microorganismos e minerais.


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No caso do Seu Valdir, o sistema agroflorestal do sítio Vida Verde tem madeira, fruta e café. Enquanto na horta, o agricultor cultiva tubérculos (cenoura, inhame, batata, mandioca) e hortaliças (couve, repolho, rúcula e alface) para consumo próprio e venda em feiras e pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Dados sobre o Cerrado, no projeto Transição Produtiva e Serviços Ambientais, indicam que os sistemas agroflorestais sucessionais (quando ao longo do ano há uma rotação de espécies cultivadas) promovem muitos ganhos ao solo. Tanto em termos de fertilidade e de capacidade de retenção de água, quanto no aumento de produtividade.

O grande problema, no entanto, ainda é o custo de implantação deste sistema. Como ele une hortaliças, frutas, café e madeira, ele consegue ser quitado em até três meses, por causa da colheita de hortaliças. No entanto, para isso, haverá um custo maior com mão de obra. Caso não sejam cultivadas hortaliças, outros cultivos como o de frutas levam mais tempo e por isso o agricultor pode levar de cinco a oito anos para pagar o investimento na transição agroecológica.

“Temos que pensar em um redesenho do sistema. Tirar uma espécie, colocar outra, mudar o espaçamento... Buscar soluções para diminuir o custo de implantação para que o produtor não fique inseguro, nem quebre”, alerta o pesquisador Luciano Mattos.

Apoio - PRONAF AGROECOLOGIA

As linhas de financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para sistemas de produção de base agroecológica ou orgânicos têm um papel importante para viabilizar um modelo de produção mais sustentável pela agricultura familiar. “Neste sentido, a linha Pronaf Agroecologia é uma conquista dos agricultores familiares e dos produtores orgânicos. Essa linha possibilita o financiamento de atividades voltadas para a transição agroecológica e também para a produção orgânica pelos agricultores familiares”.

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A linha de crédito de investimento para agroecologia (Pronaf Agroecologia) é concedida a agricultores familiares que possuem a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) ativa e que apresentarem projeto técnico para sistemas de produção de base agroecológica, ou em transição para sistemas de base agroecológica.

O financiamento do Pronaf Agroecologia pode incluir os custos relativos à implantação e manutenção do empreendimento em até 35% do valor financiado, para linha de investimento. O limite por beneficiário é de até R$ 150 mil a cada ano agrícola, podendo chegar até R$ 300 mil, para atividades de suinocultura, avicultura e fruticultura.

O prazo de reembolso é de até 10 anos, incluídos até três anos de carência. Os encargos financeiros são de 2,5% ao ano. O projeto deve, obrigatoriamente, ser assinado por um técnico credenciado no agente financeiro. O técnico que elabora o projeto deve prestar a assistência técnica pelo período necessário para a sua completa e efetiva implantação.

Fonte: Pprtal do Agronegócio. Confira a matéria na íntegra; acessando o link >>> http://www.portaldoagronegocio.com.br/noticia/transicao-agroecologica-uma-mudanca-possivel-e-produtiva-156080

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Agricultura Familiar / DAP - Declaração de Aptidão ao PRONAF

A Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) publicou na última quarta-feira (5) a portaria nº 234/2017 que estabelece as condições e procedimentos gerais para a emissão da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP).
O objetivo principal é dar segurança aos agricultores familiares quanto ao processo de emissão da DAP.

Segundo o secretário adjunto da Sead, Jefferson Coriteac, a nova portaria foi demandada para regularizar as entidades emissoras de DAP e quem se beneficia diretamente é público da agricultura familiar. “Representa mais segurança e mais oportunidades de obter o documento”, resume o secretário.
De acordo com estudos realizados pela equipe técnica da Sead, a portaria que estava vigente, de 2014, carecia de ajustes e adequações. “Por isso, uma de nossas metas foi ampliar as possibilidades de acesso ao documento. E isso agora vai acontecer de maneira mais responsável e clara”, explica Jefferson Coriteac.

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A partir desta portaria, os emissores deverão manter seu cadastrado atualizado junto à Sead. A entidade emissora tem novas regras a cumprir sendo que uma delas é estar com a documentação em dia. Para o secretário adjunto, a nova regulamentação é simples, pois eles vão precisar apenas apresentar documentos que fazem parte do dia a dia de qualquer entidade. “É um compromisso que deveria ser automático, mas não vinha sendo repassado para o Governo Federal”.

Jefferson Coriteac explica ainda que as entidades que já emitem vão continuar emitindo a DAP, sem problema nenhum, mas vão ter seis meses de prazo para fazer este recadastramento. “É o tempo de se regularizar. Se não fizerem isso, vão perder o direito de emitir a DAP”. A expectativa é que, com essas mudanças, aumente o controle no processo de emissão e a segurança tanto para os agricultores e agricultoras familiares quanto para os emissores de DAP.

Fonte: Protal do MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário. Confira a matéria na íntegra, acessando o link >>> http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/novas-regras-para-emissores-de-dap 
 


Sementes crioulas: verdadeiros patrimônios genéticos

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