quarta-feira, 7 de julho de 2021

A importância das feiras orgânicas e agroecológicas em todo o Brasil

Caminhando lado a lado com o movimento agroecológico desde a década de 1980, as feiras da agricultura familiar com alimentos orgânicos e agroecológicos vêm se alastrando por todo o país e cumprindo um papel essencial na segurança alimentar e nutricional da população. Embora a pandemia tenha paralisado muitas delas, é necessário destacar seu papel fundamental num cenário de aumento de desemprego e fome no território nacional.

Diversos órgãos internacionais, como o Banco Mundial e a FAO/ONU, têm alertado sobre o retorno do Brasil ao mapa da fome. Já havia uma preocupação por parte de especialistas, devido ao desmonte de políticas públicas nos últimos anos, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que promoviam a segurança alimentar e nutricional da população. Mas, com a pandemia, o assunto se tornou mais grave. Frente ao cenário de aumento dos preços dos alimentos e de crescente desemprego, a agricultura familiar se revelou ainda mais importante, sobretudo para as camadas mais pobres da sociedade.

Histórico das Feiras Agroecológicas

O fenômeno integra diferentes denominações, como feiras orgânicas, ecológicas ou agroecológicas, segundo Laércio Meirelles, integrante do núcleo executivo da ANA e autor de livros sobre o tema. Apesar das suas singularidades nos estados e cidades do País, elas se multiplicam numa velocidade muito grande em todo território nacional, explica o pesquisador. Não estão mais restritas às organizações pioneiras e existem vários pólos históricos, como em Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Manaus (AM), Fortaleza (CE), Belém (PA), Recife (PE), dentre outros.

 De acordo com o Mapa das Feiras Orgânicas do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), existem no Brasil 846 feiras orgânicas ou agroecológicas, 50 comércios e 74 grupos de consumo responsável.

  “Do ponto de vista político, as feiras são espaços privilegiados de exposição da nossa proposta. Envolvem não só produção, mas também canais curtos de comercialização na perspectiva geográfica, aproximando agricultores de consumidores. Tudo isso de uma maneira mais autônoma, aproximando essas pontas que passam a compartilhar ideias e ideais”.


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