quinta-feira, 26 de março de 2015

Assistência técnica em agroecologia promove avanço nas produções de agricultores familiares

A agricultora familiar Alaíde Martins dos Santos, 53 anos, vai receber pela primeira vez assistência técnica e extensão rural (ater) em agroecologia por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Um extensionista vai até a propriedade de Alaíde, no município pernambucano de Triunfo, a 448 quilômetros da capital, para orientá-la sobre planejamento e ampliação de processos de promoção da agroecologia de acordo com as diretrizes da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo), do Governo Federal.

 Na prática

Alaíde Martins dos Santos nasceu na comunidade Sítio Souto do município de Triunfo (PE), no Território Sertão do Pajeú. Aprendeu com os pais, também agricultores familiares, o cuidado com a terra. Hoje, com auxílio da assistência técnica, a agricultora pretende aprimorar a produção com conhecimentos agroecológicos, e com isso, ampliar a renda da família.  “Eu sempre tive esperança de melhorar e me aperfeiçoar e agora, com a assistência técnica, acredito que vamos ter mais oportunidades”, comemora.

 Em 10 hectares, ela cria gado, galinha e porco, que são vendidos na comunidade. Ainda, planta milho e feijão (carioca, de corda, guandu e fava) para consumo próprio, e produz frutas como manga, acerola, caju, maracujá, pinha, coco, goiaba, mamão, graviola, banana, laranja e limão, que são beneficiadas. A polpa é vendida para lanchonetes e moradores da cidade.

“Gosto do campo, de trabalhar com a terra. Adquirimos conhecimento com a ajuda da assistência técnica para trabalhar com produção orgânica. Sempre tivemos a preocupação de não desmatar. Agora, tudo é agroecológico”, finaliza a agricultura familiar.

 

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA  http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/assist%C3%AAncia-t%C3%A9cnica-em-agroecologia-promove-avan%C3%A7o-nas-produ%C3%A7%C3%B5es-de-agricultores-familiares


sábado, 21 de março de 2015

AGROECOLOGIA EM REDE

Agroecologia em Rede é um sistema de informações sobre iniciativas em Agroecologia. 

É composto por três bancos de dados interligados entre si: o Banco de Experiências, o Banco de Pesquisas e o Banco de Contatos (pessoais e institucionais).

As consultas e os cadastros nos bancos de dados podem ser feitas livremente pelos visitantes do sistema.
As seguintes organizações são responsáveis pelo gerenciamento dos bancos de dados:

quinta-feira, 19 de março de 2015

Agroecologia e produção orgânica terão novo plano

Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO) realizou, nesta terça e quarta-feira (17 e 18/03), no Palácio do Planalto, em Brasília, a 10a Reunião Ordinária. Na pauta, entre outros assuntos, as principais metas para o novo Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) e como essas metas poderão compor o Plano Plurianual (PPA) 2016 a 2020. Um novo eixo temático foi sugerido: reforma agrária e territorialidade, para somar aos já existentes produção, recursos naturais, conhecimento e comercialização.
 A proposta do novo eixo ainda será avaliada, conforme explicou o gerente de Políticas Agroambientais do Departamento de Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Eduardo Soares. A CNAPO é formada por representantes da sociedade civil envolvidos com a produção agroecológica do Brasil e por representantes do governo. Ao MMA cabe o monitoramento de políticas públicas desenvolvidas com povos extrativistas e comunidades tradicionais e aspectos como a relação com a floresta, sua conservação e preservação.

 CRÉDITO
Para o agricultor Ernesto Kasper, da cooperativa de citricultores Ecocitrus de Montenegro (RS) e presidente da Associação Brasileira da Agricultura Familiar Orgânica, Agroecológica e Agroextrativista (Abrabio), o próximo Planapo deveria auxiliar na disponibilização de linhas de crédito para cooperativas. Ele destacou que a Ecocitur já utiliza o gás metano como combustível para veículos da cooperativa e como energia elétrica para usina de compostagem.
“Nesta terça-feira começou a funcionar o gerador que vai zerar a conta de R$ 20 mil que tínhamos de energia elétrica”, comemorou. O gerador de biocombustível foi viabilizado graças à parceria com o consórcio Verde Brasil e a Naturovos, maior produtora de ovos do Rio Grande do Sul. “O esterco de galinha é usado nos biodigestores, que geram biofertilizante e gás metano”, explica Kasper. As 70 famílias cooperadas da Ecocitrus produzem alimentos sem uso de fertilizantes químicos ou agrotóxicos.
 Segundo o gerente de Agroextrativismo do MMA, Gabriel Domingues, está previsto para maio o Seminário Nacional da Sociobiodiversidade. Na ocasião, será debatido um programa nacional do setor. O MMA, junto com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), coordena a subcomissão temática da sociobiodiversidade da CNAPO. De 24 a 31 de maio acontecerá a Semana Nacional de Alimentos Orgânicos em todo o Brasil.

 SEM AGROTÓXICO
O sistema de produção orgânica se baseia em princípios de agroecologia que buscam viabilizar a produção de alimentos e outros produtos necessários ao homem de forma harmônica com a natureza, com relações comerciais e de trabalho justas e valorização da cultura e do desenvolvimento local.
De acordo com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, a CNAPO é fundamental para alcançar o consenso sobre as políticas agroambientais, pois reúne movimentos sociais e governo. “O debate é necessário para buscar uma agricultura saudável, ecológica e ao mesmo tempo produtiva, que garanta a rentabilidade e sustentabilidade dos agricultores”, disse. “Os médicos afirmam que o alto índice de pessoas com câncer está diretamente relacionado com a alimentação envenenada.” Está em andamento na CNAPO o Programa Nacional para Redução do Uso de Agrotóxicos (Pronara).
Já o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, reafirmou o compromisso do governo com o Planapo."Teremos um ato simbólico na próxima semana: a presidenta Dilma vai ao Rio Grande do Sul participar do início da colheita de arroz orgânico do estado, num assentamento da reforma agrária”, destacou. Rossetto lembrou o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) como instrumento para a política de fortalecimento da agricultura orgânica, uma estratégia de segurança e qualidade alimentar para o país.

Fonte: Ministério do Meio ambiente - MMA ( http://www.mma.gov.br/index.php/comunicacao/agencia-informma?view=blog&id=789)

 

sábado, 14 de março de 2015

AGROECLOGIA - AGRICULTURA ORGÂNICA - SUSTENTABILIDADE

Em um ano, total de produtores orgânicos cresce 51%

 

A quantidade de produtores orgânicos aumentou 51,7% em janeiro de 2015, se comparado ao mesmo período de 2014.
No período, o total de agricultores que aderiu ao modelo produtivo sustentável passou de 6.719 para 10.194.
As regiões onde há mais produtores orgânicos são o Nordeste, com pouco mais de 4 mil, seguido do Sul (2.865) e Sudeste (2.333).
As Unidades de Produção também tiveram um aumento significativo. Passaram de 10.064 em janeiro de 2014 para 13.323 em janeiro deste ano, ou seja, um acréscimo de 32%. É importante ressaltar que cada produtor orgânico pode ter mais de uma unidade de produção. 
Por região, o Nordeste é o que mais possui unidades de produção, com 5.228, seguido do Sul (3.378) e do Sudeste (2.228). No Norte, foram contabilizadas 1.337 unidades de produção e no Centro-Oeste, 592.
A área total de produção orgânica no Brasil já chega a quase 750 mil hectares, sendo o Sudeste a região com maior área produtiva, chegando a 333 mil hectares. Em seguida, estão as regiões Norte (158 mil hectares), Nordeste (118,4 mil hectares), Centro-Oeste (101,8 mil hectares) e Sul, com 37,6 mil hectares.
Incentivo aos orgânicos
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Coordenação de Agroecologia da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC), realiza campanhas anuais, como a Semana dos Orgânicos, a fim de reforçar para a população, principalmente a urbana, que os sistemas de produção orgânica se baseiam em princípios da agroecologia.
De acordo com o coordenador da área, Rogério Dias, esses sistemas buscam viabilizar a produção de alimentos e outros produtos de forma mais harmônica com a natureza e mais saudáveis. O sistema da produção ainda é baseado em princípios de justiça social em todos os segmentos da rede.
Produção orgânica
A produção orgânica tem por base sistemas de produção que adotam práticas como o uso saudável e responsável do solo, da água, do ar e da biodiversidade.
Assim, reduz a contaminação e o desperdício desses elementos. O processo aplica conhecimentos da ecologia no manejo da unidade de produção, que é manejada de forma integrado com a flora e a fauna.
Segundo Dias, esse modo de produção assegura o fornecimento de alimentos saudáveis, mais saborosos e de maior durabilidade. “Não são utilizadas práticas e substâncias que possam colocar em risco a saúde de quem produz e de quem consome, nem causar impactos negativos sobre o meio ambiente”, afirmou.
Outro ponto que ele destaca é a importância que a agricultura orgânica dá às relações sociais e de trabalho, nas quais toda a cadeia produtriva, da produção ao consumo, têm que ser considerada com a mesma atenção, buscando sempre a melhoria da qualidade de vida para todos.
Dias explicou também que, por esse conjunto de fatores, a agricultura orgânica dá mais sustentabilidade à produção agropecuária, em um número cada vez maior de regiões do mundo.
"A produção orgânica amplia a capacidade dos espaços produtivos de cumprirem suas funções ecossistêmicas, tão importantes para todos os habitantes do Planeta, o que contribui para o enfrentamento de problemas cada vez mais visíveis por todos, como o aquecimento global e a escassez de água", avaliou o coordenador.


Fonte:
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

sexta-feira, 6 de março de 2015

CTNBio: Não queremos mais transgênicos!

Como se não bastasse, no próximo dia 5 de março, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio irá "votar" (veja a pauta) a liberação de três novas variedades de plantas transgênicas no Brasil: milho resistente ao 2,4-D e haloxifape, e o eucalipto transgênico. "Votar" é um eufemismo para não dizer diretamente que vão aprovar, já que, como é amplamente sabido, são pouquíssimas as vozes dissonantes dentro da comissão.
Uma delas é a de Rubens Nodari, professor titular da UFSC, agrônomo e doutor em genética vegetal. Ele pediu vistas ao processo do milhos transgênicos resistentes ao 2,4-D e ao haloxifope, ambos extremamente tóxicos. O 2,4-D, não custa lembrar, é um dos ingredientes do Agente Laranja, usado pelos EUA na guerra do Vietnã. Nodari argumenta que faltam no processo estudos básicos, inclusive alguns exigidos por lei. O relator do processo, Jesus Aparecido Ferro, elaborou um parecer consolidado sobre pareceres parciais que não existem, descumprindo a própria regra da CTNBio.
Outro ponto curioso é o Ministério Público Federal pediu que o agrotóxico 2,4-D fosse reavaliado. Se ele for suspenso, como ficam as pobres sementes "desprotegidas"? Argumentos para banir o 2,4-D não faltam.
Se fosse possível fazer um ranking, o caso do eucalipto seria ainda mais lunático, dada a crise hídrica que o país atravessa. A planta que normalmente já consome 30 litros de água por dia, e já provoca seca no norte do ES e sul da BA, vai crescer mais rápido e utilizar mais água. Além, é claro, de muito agrotóxico. Segundo Paulo Yoshio Kageyama, professor titular da USP, agrônomo e doutor em genética, o processo desse pedido não apresenta condições mínimas exigidas de análise de biossegurança para sua aprovação. Os problemas de impactos sobre o meio ambiente (água, biodiversidade, solos) e saúde humana (mel, pólen) são mais agravados ou são desconhecidos em relação às culturas agrícolas já aprovadas. Kageyama afirma que em relação aos impactos na água, a redução da rotação para 4/5 anos geraria um impacto nas microbacias nessas plantações, que agravaria drasticamente a atual crise hídrica.
Sobre os impactos no mel, ele afirma o potencial impacto na fauna de polinizadores (nativos e exóticos) também não foi devidamente estudado, levando em conta que o próprio estudo da empresa demonstra que o pólen do transgênico possui uma concentração muito maior do efeito da transgenia do que outros tecidos da planta, o que pode levar ao colapso das colmeias.
 ctnbio nao

segunda-feira, 2 de março de 2015

AGROECOLOGIA (Definições)

Existem várias conceituações para a agroecologia. Entre elas, destacamos que a agroecologia pode ser entendida como o manejo ecológico dos recursos naturais, através de formas de ação social coletiva, com propostas de desenvolvimento participativo, desde as formas de produção até a circulação alternativa de seus produtos, estabelecendo relações entre produção e consumo capazes de encarar a crise ecológica e social. A agroecologia deve ser compreendida em uma dimensão integral onde as variáveis sociais ocupam um papel muito relevante. As relações estabelecidas entre os seres humanos e as instituições que as regulam constituem na peça chave dos sistemas agrários, que dependem do homem para sua manutenção, respeitando ainda os sistemas de conhecimento local e tradicional, onde reside o potencial endógeno que garante a dinamização da biodiversidade ecológica e sociocultural. 

A agroecologia surgiu como uma alternativa para enfrentar os problemas gerados pelo modelo de agricultura convencional industrial estabelecido com a revolução verde, especialmente os monocultivos agrícolas, responsáveis pela diminuição da biodiversidade dos sistemas naturais. De modo mais simples, a agroecologia pode ser definida como a aplicação dos princípios ecológicos para o entendimento e desenvolvimento de agroecossistemas sustentáveis.

É uma concepção recente de agricultura, e que a partir dos anos 90 passa a integrar muito mais dos conceitos sociais, econômicos e políticos em sua análise incorporando também a antropologia nas propostas de desenvolvimento rural. A agroecologia trabalha com a interação positiva entre as comunidades rurais e as disciplinas provenientes tanto das ciências naturais como das sociais: ecología, antropologia, sociologia, agronomia, geografia, etc. 

Desde a sua origem a agroecologia apresenta uma forte e séria crítica ao modelo político e de desenvolvimento atual, mas, também mostra que a conservação e a reprodução dos sistemas agrários estão fortemente relacionados com o tipo de sociedade e que as relações no seu interior se estabelecem entre os distintos grupos sociais. Além disso, a agroecologia recupera a compreensão holística do meio rural, descartada pela ciência e ainda bastante importante entre as populações tradicionais, para entrar nos complexos “entremeados da diversidade” na busca da compreensão dos “saberes, desejos e necessidades” das populações locais e tradicionais.

Finalmente, segundo o Marco Referencial em Agroecologia da Embrapa, publicado em 2006, a agroecologia é definida como um campo de conhecimento transdisciplinar que contem os princípios teóricos e metodológicos básicos para possibilitar o desenho e o manejo de agroecossistemas sustentáveis e, além disso, contribuir para a conservação da agrobiodiversidade e da biodiversidade em geral, assim como dos demais recursos naturais e meios de vida.

 

Sementes crioulas: verdadeiros patrimônios genéticos

Agricultoras e agricultores familiares de todo Brasil contribuem de diversas maneiras para a preservação da agrobiodiversidade. Uma das prin...