A palavra agroecologia está ganhando
cada vez mais espaço na agricultura familiar. A saúde, a qualidade de
vida e um produto mais valorizado têm incentivado os agricultores a
deixarem produções convencionais e investirem na produção agroecológica.
Mas os benefícios não param por aí. A produção livre de agrotóxico
também ajuda na preservação da biodiversidade da localidade.
A plantação do agricultor familiar José
dos Santos, de 36 anos, do município de São Sebastião (AL), ganhou o
cantar dos pássaros e a presença de novos bichos, depois que deixou de
lado o uso de agrotóxico. Ele conta que além de alegrar o seu dia de
trabalho, os bichinhos também ajudam no combate às pragas, ao comerem
alguns insetos que aparecem na plantação.
José ainda deixa claro que, com a
produção agroecológica, ele está cuidando da saúde dele, dos
consumidores e dos pássaros que marcam presença na propriedade. “É
divertido trabalhar vendo os pássaros cantando. Isso é saudável para mim
e para eles também. Te garanto que os insetos que os pássaros comerem,
se nasceram aqui, não têm nada químico”, brinca José.
O agricultor passou a produzir de forma
agroecológica incentivado pela Emater de Alagoas. “Antes eu trabalhava
com o convencional. Trabalhava de qualquer jeito. A Patrícia me
encontrou na feira e me convidou para participar de cursos sobre
agroecologia”, lembra.
Patrícia Marques, a extensionista que
incentivou José a mudar a maneira de cultivar os alimentos, explica que
sempre aconselha os agricultores a produzirem de forma agroecológica.
Para ela, a forma de produção conta muito no produto final e na
qualidade de vida do próprio agricultor. “Ele vai trabalhar respeitando o
meio ambiente e ele próprio. Além de plantar, eles também consomem
esses alimentos. A agroecologia vem para conservar o ambiente e a saúde
do agricultor e da família dele”, ressalta. Ela ainda afirma que é
possível ver a mudança da qualidade da área de trabalho do José.
“Aumentou a biodiversidade aqui. A área que ele trabalha voltou a ter
vida”.
Cuidar da base da plantação e da
diversidade de alimentos, que é o solo, também tem sido algo levado em
consideração na escolha da migração para o agroecológico. Além disso,
José passou a investir também na diversificação da produção. A plantação
que era apenas de mamão e macaxeira, hoje tem alface, couve, cebolinha,
entre outras hortaliças, além de diferentes frutas.
A agricultura familiar e a produção sustentável
Segundo o coordenador geral de
Agroecologia e Produção Sustentável da Secretaria Especial da
Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), Marco
Pavarino, a agricultura familiar tem sido essencial na produção
agroecológica. “A gente percebe que grande parte da produção
agroecológica vem das propriedades familiares. Esse conjunto de sistemas
produtivos mais sustentáveis, de uma diversidade de alimentos mostra
que a agricultura familiar tem um papel fundamental para o
desenvolvimento sustentável”, afirma.
Para auxiliar os agricultores familiares
que queiram migrar para a produção agroecológica, o Programa Nacional
de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), tem uma linha de
crédito especifica para esse público. O Pronaf Agroecologia financia
investimentos dos sistemas de produção agroecológicos ou orgânicos,
incluindo custos relativos à implantação e manutenção do empreendimento.
Fonte: Assessoria de Comunicação Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário.
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