Utilizar os recursos naturais para
cuidar da plantação é uma alternativa para quem quer produzir de forma
sustentável. O uso de minhocas para produzir adubo, por exemplo, é uma
das estratégias utilizadas em Capão do Leão, município do Rio Grande do
Sul (RS). A prática, além de sustentável, é econômica e traz benefícios
para o alimento e o bolso do agricultor familiar.
Ricardo
da Rosa produz este tipo de fertilizante desde 2010. O adubo é
aplicado, principalmente, na plantação de morangos, um investimento da
família há 17 anos. “Eu não conhecia essa prática. Ganhei as primeiras
minhocas da Embrapa para fazer a experiência com os meus morangos e,
agora, as minhocas são as minhas principais matérias-primas”, conta.
O
produtor se surpreendeu positivamente com a nova técnica e já utiliza o
mesmo processo na plantação de hortaliças. Segundo Ricardo, o trabalho é
simples e um dos facilitadores é poder utilizar produtos da
propriedade, sem custo algum. “A rotina é basicamente trazer o esterco
seco da vaca e abastecer. Elas produzem o adubo”, relata.
Raquel
Martins, da Coordenação-Geral de Agroecologia e Produção Sustentável da
Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento
Agrário (Sead), ressalta que a utilização de minhocas é uma ótima
alternativa. “Eles usam os resíduos da produção e convertem em um adubo
que é, inclusive, orgânico. Além de economizarem, ao fazer o próprio
adubo, eles aproveitam ao máximo tudo o que plantam”.
Em
Capão do Leão, a novidade tem feito a diferença na renda da família
Rosa. “Não preciso comprar adubo químico, poupo dinheiro e ainda
valorizo o meu produto, por conta da forma sustentável que está sendo
feita”, afirma o agricultor. Ricardo destaca ainda que a plantação de
morango é uma vitória, conquistada a partir do cuidado diferenciado com o
solo. Os novos comportamentos têm diversificado a produção da região,
antigamente voltada para a cultura do arroz.
Prático e barato
De
acordo com o engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa, Gustavo
Schiedeck, para fazer um minhocário basta ter as minhocas e os alimentos
de qualidade ao longo do ano, como estercos e restos vegetais. “A falta
de alimento em determinados momentos é um fator crítico, pois as
minhocas tenderão a fugir em busca de comida. Assim, eu diria que o mais
importante é ter alimento de qualidade à disposição”, aconselha.
A
construção do minhocário pode ser feita com materiais disponíveis em
propriedades rurais, como tábuas, tijolos, telhas, pedras e bambus, para
delimitar o espaço e, quando necessário, cobrir o minhocário para
evitar a chuva e o sol.
Gustavo
afirma que o tamanho do espaço dependerá da quantidade de minhocas. Um
espaço pequeno, de até 1 metro de largura, por exemplo, precisaria,
segundo o engenheiro, de aproximadamente três carrinhos de mão de
esterco de vaca e cerca de 1,5 litro de minhocas – de 2 a 3 mil
unidades. Ele explica ainda que o minhocário deve ser construído em um
espaço que não acumule água e possa ser protegido do sol, pelo menos
entre as 11h e 14h, período mais quente do dia. “Uma indicação boa é
construir na sombra de uma árvore. Se não tiver como fazer um telhado, o
minhocário pode ser protegido com folhas de palmeira, pedaços de
sombrite ou uma tampa com bambu. O plástico também pode ser utilizado,
desde que fique em uma altura acima de 1m do minhocário. Caso contrário,
pode esquentar e/ou dificultar a respiração das minhocas”, assegura.
Fonte: Site da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário. Conifra a matéria completa na íntegra; acessando o link http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/agricultores-apostam-em-minhoc%C3%A1rios-na-produ%C3%A7%C3%A3o-de-adubo
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