Alimento orgânico é bom não só para quem compra, mas também
para quem vende. Anaíldo Porfírio da Silva é prova disso. O presidente da
Associação dos Trabalhadores Rurais da Agricultura Familiar do Assentamento
Chapadinha (Astraf), no Distrito Federal, trabalha com 44 famílias que buscam
levar mais saúde para dentro e fora das lavouras. E o momento de transição do
sistema convencional para o orgânico tem dado certo: hoje, mais da metade
dessas famílias já produzem alimentos livres de agrotóxicos.
De acordo com dados do Governo Federal, só no ano passado,
mais de 11 mil agricultores estavam no Cadastro Nacional de Produtores
Orgânicos, sendo que mais de 80% eram agricultores familiares certificados. “O
mercado de orgânicos é um mercado promissor. Ele tem crescido muito e a gente
vê que os consumidores estão preocupados com isso, estão aderindo. E tem ainda
a interação do consumidor com o agricultor, de saber de onde vem o alimento.
Muita gente quer saber como produz e quer ir lá ver, é uma experiência muito
importante”, relata Anaíldo, que também está no cadastro.
Alimentação escolar
Por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae),
a Astraf também começou a fornecer alimentos, tais como, acelga, alface, batata
doce, beterraba, cebola, cenoura, couve, mandioca, maxixe, pepino, pimentão,
repolhos branco e roxo e tomate para a alimentação escolar dos estudantes do
Instituto Federal de Brasília (IFB). Em média, são vendidos 400 quilos de
alimentos por semana.
Mercado
Até o final de 2016, a estimativa é que o mercado nacional
de orgânicos movimente R$ 2,5 bilhões, segundo o Projeto Organics Brasil,
desenvolvido pelo Instituto de Promoção do Desenvolvimento em parceria com a
Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
Outra iniciativa que movimenta o setor é a Biofach, a maior
feira de orgânicos e agroecológicos do mundo, realizada na Alemanha. Para a
edição de 2017, serão selecionados 13 empreendimentos da agricultura familiar
que produzem orgânicos.
“Nessas feiras internacionais, há um fluxo muito grande de
compradores e nichos de mercado para produtos que agregam valor. É uma vitrine
importante para os produtos orgânicos, agroecológicos e da biodiversidade
produzidos pela nossa agricultura familiar. Na edição passada, os acordos
firmados foram na ordem de 15 milhões de dólares. Em 2017, isso deve aumentar,
porque ficamos mais conhecidos. Muitas negociações se iniciam na feira e são
fechados depois”, comenta o chefe da Assessoria Internacional e de Promoção
Comercial da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento
Agrário, Hur Ben Corrêa da Silva.
O Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica
(Planapo) é uma iniciativa que busca fortalecer e ampliar os sistemas de
produção orgânicos e de base agroecológica. O Plano entra em seu segundo ciclo
com 194 iniciativas e 30 metas para promover a soberania e segurança alimentar
e nutricional, o uso sustentável dos recursos naturais e a conservação dos
ecossistemas naturais, entre outros.
Informações via site do MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário. Confira a matéria na íntegra - Link: http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/menos-veneno-mais-sa%C3%BAde
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