Produzir, consumir, integrar, confiar. Nessa relação, toda a cadeia
produtiva do orgânico é beneficiada: produtor, natureza, consumidor,
cultura, arte, vida, futuro.
Para fortalecer essa confiança, os
próprios agricultores, que têm essa visão da agroecologia e que se
dedicam a essa prática de produzir alimentos em harmonia com a natureza,
estão se organizando em redes participativas, cujo propósito é a
certificação da produção por parte dos próprios agricultores, técnicos e
consumidores, que visitam uns aos outros e compartilham ideias e
conhecimento, se ajudam. É um trabalho colaborativo.
Na atualidade, o Sistema Brasileiro de
Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg) proporciona duas formas
colaborativas de certificação: Organismo Participativo de Avaliação de
Conformidade (Opac) e Organizações de Controle Social (OCS).
Entre Opacs e OCs, o Rio Grande do Sul
tem vários grupos, com destaque para a Opac Rama, que integra 70
famílias de municípios da Região Metropolitana, em especial Porto Alegre
e Viamão, reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Agronegócio (Mapa), e a Opac Litoral Norte, que reúne seis famílias de
agricultores associados à Cooperativa Mista de Agricultores Familiares
de Itati, Terra de Areia e Três Forquilhas (Coomafit), ambas com ação
direta da Emater/RS-Ascar, na prestação de orientações e Assistência
Técnica e Social.
Já as OCSs estão organizadas com a finalidade de garantir a
comercialização direta em feiras e para os programas federais de
Alimentação Escolar (Pnae) e de Aquisição de Alimentos (PAA). "Há no
Estado um bom número de OCSs reconhecidas", afirma Uriartt, ao citar as
organizações de agricultores ecológicos/orgânicos sediadas em Pelotas,
Lajeado, Porto Alegre e Soledade. "Hoje, mais de 50% das OCSs que estão
operando passaram pelas mãos dos nossos colegas da Emater", complementa
Ari, ao citar a OCS Rio Grande Ecológico, de Rio Grande, e a EcoNorte,
de São José do Norte, que abrangem os pescadores da Ilha dos Marinheiros
e do Distrito Povo Novo, que comercializam na feira do Produtor do
Cassino, realizada todos os sábados, no canteiro central da avenida
Atlântica, próximo à antiga estação rodoviária do Cassino, e cuja
produção é também entregue para a merenda escolar.
Produzir de forma ecológica requer conhecimento, dedicação e uma visão
da propriedade como um todo, provocando mudanças inclusive de hábitos
cotidianos de não desperdício de água e energia elétrica, até de
aproveitamento integral dos alimentos", observa Ari, ao destacar que
produzir orgânicos é uma questão de perfil e de compromisso com a
qualidade de vida de todos.
Produção orgânica no Brasil
A produção orgânica é registrada em
22,5% dos municípios brasileiros e vem crescendo. De acordo com o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 2013
havia 6.700 unidades de produção orgânica. Hoje o número chega a 14.449
unidades. Para a organização da produção orgânica brasileira, o
Ministério conta com as Comissões de Produção Orgânica (CPOR) nos
estados, formadas por 578 entidades públicas e privadas, entre elas a
Emater/RS-Ascar, que coordenam ações de fomento à essa agricultura,
sugerindo a adequação das normas de produção e o controle da qualidade,
ajudando na fiscalização e propondo políticas públicas para o
desenvolvimento do setor.
Informações via site "Portal do Agronegócio." - Confira a matéria na íntegra, acessando o link >>> http://www.portaldoagronegocio.com.br/noticia/organicos-certificacao-participativa-gera-confianca-e-garante-mercado-149670
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