Caminhando lado a lado com o movimento agroecológico desde a
década de 1980, as feiras da agricultura familiar com alimentos orgânicos e
agroecológicos vêm se alastrando por todo o país e cumprindo um papel essencial
na segurança alimentar e nutricional da população. Embora a pandemia tenha
paralisado muitas delas, é necessário destacar seu papel fundamental num
cenário de aumento de desemprego e fome no território nacional.
Diversos órgãos internacionais, como o Banco Mundial e a FAO/ONU,
têm alertado sobre o retorno do Brasil ao mapa da fome. Já havia uma
preocupação por parte de especialistas, devido ao desmonte de políticas
públicas nos últimos anos, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que
promoviam a segurança alimentar e nutricional da população. Mas, com a
pandemia, o assunto se tornou mais grave. Frente ao cenário de aumento dos
preços dos alimentos e de crescente desemprego, a agricultura familiar se
revelou ainda mais importante, sobretudo para as camadas mais pobres da
sociedade.
Histórico das Feiras Agroecológicas
O fenômeno integra diferentes denominações, como feiras orgânicas, ecológicas ou agroecológicas, segundo Laércio Meirelles, integrante do núcleo executivo da ANA e autor de livros sobre o tema. Apesar das suas singularidades nos estados e cidades do País, elas se multiplicam numa velocidade muito grande em todo território nacional, explica o pesquisador. Não estão mais restritas às organizações pioneiras e existem vários pólos históricos, como em Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Manaus (AM), Fortaleza (CE), Belém (PA), Recife (PE), dentre outros.
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