A importância da agroecologia para o desenvolvimento da
agricultura familiar brasileira ganhou destaque na fala do ministro do
Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, durante sua participação no IX
Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), em Belém (PA). “Apoiamos a produção
de alimentos em quantidade e qualidade, livres de agrotóxicos e sem o uso de
sementes transgênicas, para garantir a segurança alimentar”, disse o ministro,
nesta quinta-feira (1º), ao salientar que a agroecologia é ponto central nas ações
do ministério.
Com o mote ‘Diversidade e soberania na construção do bem
viver’, o congresso, organizado pela Associação Brasileira de Agroecologia,
reuniu 3,2 mil participantes, que além de participar de debates puderam
conferir de perto os 150 estandes da feira de alimentos orgânicos e de
artesanatos - produzido por agricultores familiares, extrativistas e
comunidades tradicionais.
Ao participar da mesa redonda ‘PNAPO – Um balanço das ações
e as perspectivas futuras’, parte da programação desse último dia do congresso,
Patrus reforçou os principais compromissos do MDA na produção de alimentos e no
desenvolvimento rural. “Sabemos que é difícil, em um mundo como o nosso marcado
pelo individualismo, um agricultor sobreviver sozinho. Por isso incentivamos o
cooperativismo, que tem a dimensão de somar esforços, na busca de um objetivo
maior econômico e social, reforçando os laços de solidariedade ”.
O ministro também reafirmou aos presentes a intenção de
assentar até 2018 todas as famílias acampadas. “Ao aplicarmos o conceito da
função social da terra, queremos assentar, em condições dignas, todas as
famílias acampadas no Brasil. A gente sabe que é um compromisso ousado, mas
temos que ousar para enfrentarmos os desafios do nosso país e do nosso planeta,
fazendo do Brasil, cada vez mais, uma pátria acolhedora e justa, para todos os
seus filhas e filhos. Como cantamos no hino nacional, ‘dos filhos deste solo,
és mãe gentil’”.
A presidente da Associação Brasileira de Agroecologia, Irene
Cardoso, ao tratar da construção da política de produção agroecológica, realçou
a importância da organização das mulheres para essa conquista. “Devemos muito a
mobilização da Marcha das Margaridas, no processo de construção das políticas e
programas que incentivam a produção orgânica. Como sempre dizemos: sem
feminismo não existe agroecologia”.
Ouvindo movimentos
Patrus também recebeu, durante sua participação no
congresso, demandas de variados movimentos sociais. Entre os pedidos, está a
participação de representantes dos povos indígenas na Comissão Nacional de
Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO), a preservação ambiental, a reforma
agrária e a ampliação dos recursos para o desenvolvimento da agroecologia e da
agricultura familiar, além de maior facilidade para acessar estes recursos.
Outra demanda é o fortalecimento das ações de promoção da
paz no campo.
Sobre o congresso
O Congresso Brasileiro de Agroecologia é um espaço de
diálogo entre a academia - o conhecimento científico - e as práticas dos
agricultores familiares e os saberes comunitários.
O evento abordou temas, como: sustentabilidade ambiental,
agroecologia e política públicas, educação e bem viver, uso dos solos,
valorização das sementes tradicionais e crioulas, soberania e segurança
alimentar, uso abusivo de agrotóxicos e sementes transgênicas, mudanças
climáticas e o papel da produção de alimentos saudáveis.
A edição deste ano, realizada de 28 de setembro e 1º de
outubro, é a primeira a ocorrer na região Amazônica.
Mateus Zimmermann
Ascom/MDA
Acessem o Site do Ministério Agrário (MDA) , Link da matéria: http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/agroecologia-construindo-o-bem-viver
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