Redução, incentivo e educação. Três palavras já bastante
conhecidas, mas que, agora, trazem um significado diferente – e mais esperança.
No Brasil, a redução progressiva do uso de agrotóxico, o incentivo à conversão
para sistemas de produção orgânicos e a educação e conscientização em torno do
tema fazem parte das propostas do Programa Nacional de Redução do Uso de
Agrotóxicos (Pronara), do Governo Federal, que será lançado na próxima semana.
O Pronara faz parte do Plano Nacional de Agroecologia e
Produção Orgânica (Planapo), lançado em 2013 pela Presidência da República, e
conta com a participação de dez ministérios – e a coordenação do Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA) – e outros órgãos federais. Para o coordenador de
Formação de Agentes de Assistência Técnica e Extensão Rural do MDA, Cássio
Trovatto, o Pronara vem para se firmar como uma iniciativa benéfica para todos,
produtores e consumidores.
“O Pronara tem como grande objetivo fortalecer os
agricultores de base agroecológica e orgânica. A partir do Planapo, nossa
orientação é bem clara quanto ao modelo de desenvolvimento que estamos
buscando. Ou seja, a agroecologia é o modelo de desenvolvimento da agricultura
para o campo brasileiro”, afirma.
Em questões de políticas voltadas para a agroecologia, o
Brasil sai na frente em relação a outros países do mundo. “Existem alguns
países que já vêm trabalhando muito na perspectiva da produção sem uso de
agrotóxico, mas não com uma política estruturada como a que temos no Brasil.
Inserimos políticas de produção, de comercialização, de acesso à educação que
sejam adequadas aos nossos agricultores, além das políticas de meio ambiente e
das políticas de saúde para esse público. É uma estratégia em que o Brasil sai
na frente, buscando a integração de um conjunto de políticas não só para a
produção, mas pensando também nos agricultores e agricultoras familiares”,
enfatiza Trovatto.
Números
Infelizmente, não é só em boas práticas que o Brasil é
campeão. O País é o primeiro colocado no ranking de uso de agrotóxicos, título
conquistado em 2008. Só em 2010, mais de US$ 7 bilhões foram movimentados no
mercado nacional de agrotóxicos. No ano seguinte, o Brasil alcançou a incrível
marca de 850 milhões de litros de agrotóxicos pulverizados em lavouras.. A
pulverização aérea, uma das principais responsáveis por esse dado, é uma das
questões que terão uma atenção especial dentro do Pronara.
“Isso para nós é muito importante, tanto no campo da saúde
do agricultor quanto das pessoas que estão sendo envolvidas diretamente no uso
da pulverização aérea. Temos exemplos concretos no estado de Mato Grosso, em
que alunos de uma escola próxima a plantações foram afetados por esse método.
Temos que observar com mais cuidado a política que está em curso, dar um
tratamento especial a esse caso e levar alternativas aos agricultores que ainda
fazem uso da pulverização aérea”, sugere Cássio Trovatto.
O coordenador de Formação de Agentes de Ater confirma,
ainda, que o Governo traz metas de curto, médio e longo prazo a serem
alcançadas com o Pronara. “Vamos criar um calendário de desenvolvimento de
ações e de execução prevista, de forma que a gente chegue ao final do primeiro
período de execução do Pronara alcançando resultados bem positivos”, diz. O
Programa, que anda junto com o Planapo, tem como meta que os primeiros
resultados sejam apresentados até o final de 2019.
Vantagens
Os benefícios para os agricultores que fazem a transição de
um sistema convencional de produção para um com base agroecológica e orgânica
são muitos. “Primeiro, é a saúde do próprio agricultor. Quando ele deixa de
utilizar o agrotóxico, já é um ganho muito grande para ele e sua família. Outra
vantagem é não contaminar o meio ambiente onde eles vivem. Se essa família
deixa de utilizar o agrotóxico em sua propriedade, também vão gerar saúde para
seus vizinhos e para toda a comunidade. Outra questão importante é a saúde do
alimento que ele vai vender. Dessa forma, a relação do agricultor com o consumidor
será mais forte, porque o consumidor vai identificar que aquele produto é
saudável, construindo uma ponte, uma relação de mercado muito grande”, finaliza
Cássio.
Jalila Arabi - Ascom/ MDA
Acessem o site do MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Confiram a matéria na íntegra , Link: http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/brasil-%C3%A9-pioneiro-em-pol%C3%ADticas-de-agroecologia
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